A BAGUNÇA VISITA A LUDICIDADE: UM ESTUDO SOBRE ANCORAGEM
Érica Nayla Harrich Teibel, Daniela Barros da Silva Freire Andrade
Resumo
Este trabalho objetiva identificar pontos de ancoragens que sustentam a representação social sobre bagunçar segundo um grupo de 197 alunos de Pedagogia da Universidade Federal do Mato Grosso, campus Cuiabá. Para tanto, os referenciais teóricos utilizados foram a Teoria das representações sociais, de Serge Moscovici (1978) e a Teoria do núcleo central, de Jean-Claude Abric (1998) em diálogo com as contribuições de Ariès (2006), Del Priori (2008) e Kishimoto (1993) sobre os aspectos histórico-sociais relacionados com a ludicidade. Buscou-se identificar significados historicamente atribuídos às manifestações lúdicas, pretendendo compreender possíveis relações destas com as representações levantadas pelos discentes. A coleta de dados baseou-se na técnica de Associação de Palavras acerca do mote bagunçar. O processamento foi realizado por dois softwares: o Ensemble de Programmes Permetettant l’Analyse (EVOC), que possibilitou esclarecimentos acerca de como os conteúdos da representação social investigada estão estruturados; e o Cohesive Hierarchical Implicative Classification (CHIC), que por meio da análise implicativa clássica permitiu notar relações entre os termos evocados, possibilitando inferir possíveis caminhos discursivos. O bagunçar foi caracterizado como ação infantil que cria desordem, se relaciona com a ludicidade e com a ultrapassagem de limites, sendo possivelmente ancorada na ideia de uma ludicidade marginal. Esse significado é associado à representação de criança-diabo ou potencialmente perigosa, geralmente atribuída às crianças de classes populares, integradas ao discurso de famílias disfuncionais.
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Revista Educação e Cultura Contemporânea 2004-2019 | Universidade Estácio de Sá
ISSN online: 2238-1279