O trabalho aqui desenvolvido tem como objetivo discutir o tema da agnosia epistemológica a partir de uma reflexão em torno de textos literários como, por exemplo, o Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, o texto teatral Os cegos, de Michel de Ghelderode e fragmentos de diversos poetas tais como Carlos Drummond de Andrade, Rubem Alves, Eduardo Alves da Costa, Shakespeare, assim como críticos literários e ou pensadores como Chomsky, Volochinov e Hannah Arendt. Com estes textos escolhidos ao longo da elaboração desse brevíssimo trabalho, buscou-se apreciar a vida como ela é vivida, como ela é vista, sobretudo, pelos artistas, pintores, cientistas e poetas; buscou-se ver a vida como metáfora da própria vida sem moralizar, condenar: apenas mostrar o homem na sua miséria, na sua glória, na sua nudez, na sua máscara; mostrar o homem sem mistificação, entre luzes e sombras. Tal apreciação é o que possibilita a realização do trabalho ora proposto, que é tecido por pequenas tramas, tal como uma colcha de retalhos feita a partir de uma ideia que vai percorrendo o todo lentamente, abrindo-se no âmbito de sua elaboração, fazendo uso de pedaços (fragmentos) de romances, de poesias ou ainda de dramas. Coisas e fatos colhidos nos livros, no mundo, no meio do caminho, que sempre tem uma pedra e que nos faz lembrar a vida de nossas retinas tão fatigadas. Coisas que nos permitem abrir sentidos para a compreensão da realidade que nos cega ou ilumina.
Palavras-chave: agnosia epistemológica; ciência; arte e vida.