Sistemas de representação e mediação simbólica da violência na escola
Pedro Humberto Faria Campos, Ana Raquel Rosas Torres, Silvia Pereira Guimarães
Resumo
Educadores, pais e alunos, atores sociais participantes diretos do contexto escolar, convivem cotidianamente com a violência, cuja complexidade tem exigido cada vez mais dos estudiosos reflexões que não se concentrem na violência reduzida simplesmente ao plano físico. Nesta perspectiva, o presente trabalho teve como objetivo abordar o fenômeno da violência no meio escolar enquanto um sistema complexo mediado por processos simbólicos e representacionais. Este estudo foi realizado em uma escola pública de Goiânia, tendo como participantes professores, pais de alunos e adolescentes-alunos. Foram realizadas entrevistas semi-diretivas cujo eixo temático era a violência na escola. Foram considerados três níveis de análise, o primeiro referente à identificação dos elementos consensuais, o segundo, aponta a posição dos diferentes grupos de sujeitos face a este campo comum, e o terceiro nível busca compreender a ancoragem destas posições nos metassistemas ideológicos e institucionais. Os dados indicam que os adolescentes apresentaram uma representação mais funcional (cotidiana) da violência, enquanto nos adultos esta representação assume um caráter mais normativo (abstrato). Professores e os pais, apesar de perceberem a existência de violência, localizam-na como estando distante da realidade de seus jovens. Os resultados parecem indicar que o posicionamento dos sujeitos é fortemente marcado pelo sistema ideológico que regula as relações entre os gêneros e pelo sistema institucional, através do qual o discurso dos sujeitos sofre forte influência de seu papel na instituição escolar.
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Revista Educação e Cultura Contemporânea 2004-2019 | Universidade Estácio de Sá
ISSN online: 2238-1279