Esta investigação estudou os modos de leituras de diferentes imagens realizadas por estudantes de um curso de formação de professores, de modo a aprofundar o debate acerca da inserção da reflexão teórica sobre as questões das imagens na formação do professor, pois consideramos que esta possibilitará discutir o papel da imagem na constituição dos textos contemporâneos, nos modos de leituras, na aprendizagem, na constituição de subjetividades e identidades. Partindo da hipótese de que os modos de leitura geram tanto significados e sentidos previstos como não previstos pelo autor e que possibilitam aquisição de outros conhecimentos, igualmente não pensados a priori pelo autor, nossa questão de pesquisa foi: frente a diferentes imagens, quais são seus modos de ler? Para tanto, o campo empírico foi o curso de formação de professores/Pedagogia de uma IFES, onde desenvolvemos uma oficina realizada em dois momentos: questionário de levantamento das memórias de imagens e leitura de imagens projetadas. Comparando as leituras de diferentes imagens, ficou claro que as imagens ganham sentidos mais densos conforme os estudantes tiveram algum aprendizado anterior e que este ficou em suas memórias. Percebemos a dificuldade dos estudantes em utilizar os elementos de sua cultura para a leitura das imagens científicas, na medida em que estas, geralmente, não são formadas por elementos de seu repertório. Colocados diante das imagens, constroem narrativas e recorrem às suas lembranças, reforçando a importância que as imagens têm na formação cultural dos estudantes contemporâneos e a necessidade de um aprendizado da leitura de imagens.