Este artigo aborda diferentes interpretações sobre as identidades atribuídas ao curso de Pedagogia no Brasil e os conflitos delas decorrentes. Alguns defendem a docência como base, outros afirmam a centralidade da formação do pedagogo-especialista e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de 2006 estabeleceram para o curso a articulação docência, gestão e pesquisa. Esses conflitos estiveram latentes durante a reformulação dos cursos de Pedagogia após as DCN. Neste sentido, pesquisamos esse processo em instituições do Rio de Janeiro, uma pública (Instituto) e duas privadas (Centro Universitário e Faculdade) que oferecem o curso de Pedagogia na modalidade presencial. Numa abordagem qualitativa da pesquisa em Educação, analisamos as matrizes curriculares e os depoimentos das coordenadoras desses três cursos. No decorrer das entrevistas, buscamos informações sobre a história do curso de Pedagogia na instituição, o processo de reformulação do curso para atender a proposta de articulação docência, gestão e pesquisa, a presença da fundamentação teórica dessas áreas, a prática dessas diversas possibilidades de atuação do futuro pedagogo e a receptividade da nova proposta pela comunidade acadêmica. Os depoimentos foram transcritos na íntegra e as respostas organizadas em blocos de acordo com os eixos definidos na matriz de referência das entrevistas. Na triangulação dos dados percebemos a proporcionalidade entre as dimensões propostas e a autonomia de cada uma das instituições na reestruturação do projeto pedagógico do curso, bem como a diversidade entre elas. Outra evidência da pesquisa foi o perfil dos alunos que buscam o curso de Pedagogia, colocando diante nós outras questões para debates e pesquisas.