Este artigo investiga o processo de formação de jovens atletas das categorias de base do Sport Club Internacional, visando reconstituir a construção do habitus dessas crianças e adolescentes, analisando os riscos a que são expostos e a forma como reagem à pressão que caracteriza o contexto do futebol. Busca também identificar as expectativas de pais/responsáveis quanto ao futuro das crianças através da experiência neste espaço de formação. Neste estudo de casos, realizaram-se entrevistas com uma amostra de atletas e pais de atletas com idade entre 10 e 11 anos, compreendendo 42 atletas, nascidos em 1997 e em 1998, e 41 pais. Hoje se requer um conjunto de novas habilidades com vistas a uma formação integral do atleta, como flexibilidade, autonomia, capacidade de trabalhar em grupo, postura pró-ativa, controle emocional, entre outras, que não se instauram apenas com treinamentos técnicos, mas estão relacionadas com o desenvolvimento pessoal da criança e do adolescente. A pesquisa, ao realizar um diagnóstico desta realidade e desta demanda social emergente, pode subsidiar projetos de extensão voltados às famílias de atletas, a funcionários dos clubes e, claro, às próprias crianças e adolescentes envolvidos nesta realidade, trazendo à tona o preço a ser pago pela busca do sonho de se tornar atleta de futebol.