“Caverão vírus, esse mata mais do que a COVID-19!”: sistema de justiça e seus regimes de desumanização em lugares chamados de Favela
Resumo
A proposta abordará a produção sistemática de mortes em lugares chamados de favela. Pesquisas anteriores me possibilitaram pôr em evidência justificações que eram utilizadas para tais mortes, centradas nas moralidades acerca de quem morre e quem pode matar. Em suma, as mortes são justificadas na conduta do indivíduo que morreu, como no caso da ideia de “deu mole”, que mobiliza um sistema de crenças a respeito. Com a pandemia, devido a COVID-19, tais localidades motivaram preocupação a respeito dos impactos da doença. Os moradores seguem até o momento suas vidas, pela necessidade de trabalhar ou em função da inadequada prestação de serviços de saúde. No jogo de quem pode ou não morrer, trabalhadores necessitam pegar conduções e se expor nas ruas. Enquanto problema de saúde pública, na percepção de muitos interlocutores a COVID-19 parece uma ameaça distante, ao passo que as práticas de violência estatal continuam produzindo mortes. A temática acerca das percepções sobre saúde pública, violência estatal e cidadania é o que pretendo investigar.
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