Este estudo surge com o intuito de compreender a gestão em uma associação coletivista de produção atentando às características presentes nas relações intra-organizacionais deste modelo de organização. A pesquisa que resultou neste trabalho constitui-se qualitativa, mediante estudo de caso em uma organização situada no Estado do Paraná, em que os dados primários foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas e observação não participante e os dados secundários mediante análise de documentos. Para a análise dos dados, foi utilizado o método descritivo-qualitativo. Os resultados demonstram que na associação em estudo o sentido constituinte das relações de trabalho não se restringe a lógica da acumulação do sistema capitalista, as relações assumem outros significados, o que se torna evidente quando os trabalhadores tornam-se responsáveis pela coordenação de suas atividades e também por toda a produção, bem como pelo valor gerado por ela. Concluiu-se que a organização estudada não apresenta o controle e o poder aplicado de forma direta como apresentam as gestões mais tradicionais. Entendendo as relações de poder como as interações entre indivíduos/grupos, percebe-se que na organização estudada isso ocorre de maneira nada coercitiva e/ou autoritária, é justamente o poder de decisão dividido entre todos que garante a democracia nas relações.