As barbearias são tradicionalmente espaços de circulação de homens onde as masculinidades são projetadas e negociadas. Nesse sentido, esse estudo buscou compreender como a materialidade dos espaços de barbearias é utilizada pelos consumidores na construção e expressão de suas masculinidades. Como método, foram realizadas observação em seis barbearias e dezessete entrevistas com consumidores e prestadores de serviços. As fotografias, notas de campo e falas dos entrevistados foram interpretadas a luz da Teoria Dialética da Cultura Material, de Miller (2013), percebendo as condições de agência, obstinação e humildade da materialidade desses espaços e admitindo consumidores e objetos como elementos constitutivos entre si, a partir de suas interações. Os resultados sugerem que a materialidade dessas barbearias aparece como uma moldura normativa material, orientando os sujeitos acerca de ideias individuais e coletivas sobre suas masculinidades. Implicações acadêmicas e gerenciais são postuladas.