Este artigo tem, por objetivo, analisar os discursos sobre educação financeira: (a) do governo brasileiro, por meio da sua Estratégia Nacional de Educação Financeira; (b) da empresa Mastercard, por meio do seu programa ‘Consumo Inteligente, Consumidor Consciente’; e (c) da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) por meio do projeto International Finantial Gateway. A metodologia utilizada para a análise dos dados coletados foi análise de discurso, o que tornou possível o agrupamento dos objetos discursivos identificados em três categorias. A primeira, “Alinhando discursos”, reúne objetos discursivos que identificam a existência de um movimento global, ideal e exemplar de educação financeira. A segunda, “Princípios de Educação Financeira”, identificam princípios e recomendações referentes aos programas de educação financeira. A terceira, “Práticas de Educação Financeira”, identificam as práticas tanto atuais e ideais dos programas de educação financeira. Como resultado, percebe-se a existência de significativas convergências nos discursos, como a padronização de princípios, de temas e de práticas de educação financeira; a atual complexidade dos mercados financeiros e a transferência de responsabilidade pela gestão dos recursos financeiros para os indivíduos. Estas convergências permitem inferir que o elemento comum entre as organizações pesquisadas, no que diz respeito à educação financeira, seja a lógica liberal do livre mercado.