Desenvolvimento

Tradicionalmente, o estudo dos impactos tecnológicos na economia e na organização era direcionado para os efeitos do progresso tecnológico no desenvolvimento econômico e na competitividade da firma. A tecnologia era considerada um insumo de produção. De fato, a tecnologia era reificada. A emersão de uma doutrina acadêmica que renegava as concepções nomológicas da economia e da administração, acolhendo a incerteza e a entropia no cenário da indústria, propiciou o desenvolvimento de uma nova abordagem para o estudo da firma. Alinhada com as evidências empíricas, a teoria evolucionista criou o caminho para o estudo não reducionista da tecnologia. Inicialmente, a literatura foi desenvolvida nos países industrializados para estudar a manutenção das competências tecnológicas das empresas que detêm liderança de mercado e de inovação. O reconhecimento da firma como um sistema - no qual a tecnologia está impregnada nas rotinas organizacionais, nos capitais físico e humano e nos produtos e serviços - tornou anacrônica a visão reducionista da tecnologia. Posteriormente, adveio literatura complementar, cujo centro de análise é a acumulação de conhecimento para engendrar capacidade tecnológica. Essa literatura cobre uma lacuna, pois os estudos então existentes não apontavam soluções para firmas nascentes ou localizadas em países em desenvolvimento em busca de competências tecnológicas. A aprendizagem organizacional e o reconhecimento de que os processos e os mecanismos organizacionais devem ser internalizados dentro da empresa, com a valorização da dimensão tácita do conhecimento, constituíram a maior contribuição dessa corrente. A base de sustentação e de desenvolvimento da firma em um contexto mercadológico caracterizado por mudanças dinâmicas é a aprendizagem organizacional direcionada para a inovação tecnológica.