O chamado mercado de consumo infantil é considerado um dos mais atrativos e com grande potencial de crescimento. No entanto, alguns apontam consequências negativas decorrentes das práticas de marketing neste mercado, como o processo de adultização infantil (SILVEIRA NETTO et al, 2010; BARROS et al, 2013) e a construção de uma cultura infantil contemporânea que possui profunda influência do consumo (SOMMER e SCHMDIT, 2013). Tais consequências são frequentemente atribuídas às atividades de comunicação de marketing que poderiam impactar de maneira contundente o público infantil (BIJMOLT et al, 1998), gerando consequências diferentes em grupos distintos da sociedade se observada a perspectiva do macromarketing (NASON,1989). Inspirada no trabalho de Sommer e Schmidt (2013), que defende que as crianças são apresentadas nas propagandas a partir da polarização entre o nostálgico e o erotizado, a presente pesquisa investiga a percepção de adultos sobre o uso da imagem de crianças na propaganda de produtos variados, dirigida a públicos diversos. Com base nos dados levantados nessa pesquisa é possível argumentar que a rejeição ao processo de adultização da criança, seja pelo consumo ou pela erotização, gera consequências que ultrapassam o âmbito do micromarketing, evidenciando efeitos mais amplos na sociedade.